sábado, 28 de fevereiro de 2015

Do menino




Defronte ao espelho ele percebia
e se assustava com o rosto ali plantado
o semblante de um menino assustado
com o mundo que via.

Ele estava enganado, ele sabia
sabia ser o menino a sua frente
tentava então parecer indiferente
mas o menino a sua frente o percebia.

Emudecido, e aquele olhar lhe indagava
se  ele se lembrava de algo ao seu respeito
e o som das palavras no seu peito
lhe afogava.



E a luz daquela sala era intensa
deixava os seus sentidos embotados
suas mãos trêmulas, seus olhos marejados
naquele encontro o desnudar da inocência.

O menino lhe acenou e ele chorou
e tentou fugir mas o menino lhe pegara a mão
era tarde e ali ele ficou

Após um certo tempo ali parados
o homem e o menino se afastaram
e a cortina do tempo os separou.


Oz
fev.2015