Quando ele desceu da colina envolto em seu manto purpúreo as portas da cidadela estavam escancaradas, havia festa e vinho e nozes e o conselho de ançiãos se reunia na tenda sagrada.
No longo caminho percorrido Charlie ouviu o canto dos pássaros noturnos, viu o vôo rasante da águia no horizonte, nadou no lago repleto de peixes dourados e azuis.
Ouviu em tabernas nodosas estórias de crimes e paixões e fugas. Aprendeu a ler as cartas do amor e da morte, deitou-se com mulheres de rima fácil...
Os frutos do verão trouxeram-lhe alento em tardes moribundas.
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O tempo de Charlie Wild
Estando tão somente
atrás de um grande amor
o Charlie às vezes sente
que so lhe resta a dor
a dor de estar atrás
de algo impossível
o mundo lhe desfez
um todo indivisível.
Oh, Charlie a tua sina
é tão triste, cruel...
cadê tua menina
passou teu carrosel
Agora estás ao léu...
Mas não te abales, Charlie
teu tempo há de chegar
então te serás dado
sorrir, viver, amar...
Na sua chegada Charlie Wild desvendou-lhes o mistério da fonte; estupefatos, ouviram e não creram e não quiseram acreditar no que lhes era revelado e Charlie Wild foi escorraçado, abandonado, banido. Tal mistério jamais poderia ter sido desvendado; não àqueles daquela època.
Agora as portas da cidadela estavam fechadas e junto aos muros acinzentados mulheres e cães disputavam as carcaças de animais mortos, putrefatos.
Onde antes um campo de trigo agora um deserto onde lagartos e cactus reproduzem-se ininterruptamente numa noite infinda...
Oz
Julho de 2012