domingo, 12 de novembro de 2017
Ouvindo " if you could remember"...
E daqui da caverna em que me encontro persigo desesperado o sol.
Inutilmente arranho as paredes e brado contra o silencio das ruas lá embaixo ( e alguém grita de volta: Vai dormir filho da puta...)
Eu, do cume da minha vaidade, balbucio (é assim que se escreve?? ) contra as cinzas em que a cada segundo me transformo e calo-me e oro...
Oz
Sábado, 07 de Janeiro de 2017
03:22 hs
do girassol que sonhei
Um minúsculo girassol negro habitou a manhã.Invisível. Límpido.Negro. À medida que o dia avançava o girassol crescia lenta e inexoravelmente rumo á tarde, e esta se tornava mais escura à sua sombra. O homem que o cultiva começa a vacilar.
(...)
Sua visão se torna lentamente turva mas ele avança rumo à noite que se avizinha.
07.11.2017
Fome
Alimento-me do verbo
e não por sede ou fome de saber
se a vaidade me impulsiona ou o acaso
o verbo é o meu pão...
sei lá o porquê !!
O apetite voa e pousa em tudo
e todo instante agora é a vida inteira
e, no menu, o prato é o absurdo.
Abrigo e fonte de uma fome infinita
minha memória se sacia no vazio
de uma noite sufocante e um dia frio.
...E alguém me diz de um tempo incerto e mudo.
Meu alimento é o verbo decadente
sombras de sombras e declarações não ditas
alimento-me do que me é ausente.
Oz
12 de Novembro de 2017
domingo, 9 de abril de 2017
de plágio
quero plagiar teu verso mais sublime
teu beijo mais ardente
teus crimes
teu mais secreto amor
os vôos da tua mente
teu corpo palatável
teu mais casto sorriso
o teu ser inconcluso
teu viver inefável
os teus gestos mais frágeis
teu leito mais extenso
tuas margens
plagiar teus complôs
teus enigmas e cismas
o teu andar felino
proteger-te do açoite
seguir-te
sem saber se existes
aonde fores de noite
partilhar o teu sono febril
teus silêncios
os teus vôos no vazio
do imenso...
enfim
te fazer novamente minha esfinge
te beber novamente na fonte
te viver plenamente...
Oz
08.10.2016
Hoje está tão frio...
meus caminhos tortos
meus pés vacilantes
meus medos secretos
meus casacos rotos
meus vôos rasantes
meu pomar sombrio
Hoje está tão frio
minha sombra disforme
meu corpo alquebrado
meu leito de pedra
Hoje está tão frio
doce, a lembrança da aldeia
infinita, a distãncia
impossível, o retorno
E tudo, tão vazio.
Oz
24.09.2016
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