sábado, 31 de maio de 2014
Em visita a Charlie Wild
Estranhos. Estranhos os frutos que nascem nos pomares noturnos de um homem.
Teus pés te conduzirão a estranhas veredas; autômato, adentrarás tabernas incendiadas e casamatas em ruínas.
Tu te tornarás um caçador de vagalumes nesta longa noite, deitarás, exausto, sob árvores mudas, e dentro de ti, um coração de mármore, uma trincheira, uma intensa batalha...
Em ti uma catedral
um deserto, um oásis
o bem, o mal...
Durante o sono, um mosaico rupestre se desenha no teu sonho
tuas lembranças são o teu baluarte.
Justo é afirmar que o teu semblante atesta a tua santidade.
Oz
31 de maio de 2014
sexta-feira, 30 de maio de 2014
De novo
A estranha criatura visitou-me de novo, na sua presença permaneci em silêncio. Ela olhou-me e, displicente, afrouxava o nó de uma gravata ( que eu jamais usara...).
Doia-me tê-la ali ao lado...
Um dos meus sapatos estava com o cadarço desamarrado e enquanto eu tentava amarrá-lo, pensava febrilmente numa saída...
Furtivamente, pude ver que ela passava os olhos nuns papéis que estavam sobre a pequena mesa de madeira que eu usava ( tinha olhos cinzas e inexpressivos ).
(...)
Em mim
Meu pior inimigo está em mim
sorrateiro, na penumbra me convida
meu inimigo está comigo e me consome.
me abraça, me confunde, está a fim
meu pior inimigo me castiga
meu pior inimigo está com fome.
Desertar já não é uma opção
avançar é o que indica aquela seta
então é ouvir, na voz do vento, a direção.
Assim, em mim o inimigo está em festa
conviver com tal presença é o que me resta
e, triunfante, uiva a besta da razão.
Oz
30 de maio de 2014
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