sexta-feira, 26 de abril de 2019

pequena canção singela para Cátia Fish.





Ei Catia,  

se você encontrar na noite opulenta
tachinhas de cobre sobre o seu colchão
não peça socorro !
não chame a gerente !
não vista a sua roupa ! 
não se assuste não !

E, se você for, quando interrogada, instada a dizer que havia um plano

para te ferir
negue tudo Catia
esconda as feridas
vista a sua roupa
e fuja dali !

(...) assim, um dia Catia acabou tomando um ônibus para Paris

Cida trazendo consigo um balaio de sonhos inúteis, estéreis...

Na primeira noite Catia viu as luzes dos outdoors

da sua janela no Hotel Langlois

Catia até se esqueceu que viera com cida

que descera com Cida
mas,,, onde estava Cida ?!

Ficou combinado:

De sexta aos domingos
Catia era a rainha  
numa casa de Shows
chamada O COVIL.
Ao subir no palco na primeira noite
Catia não sabia que logo haveria
lobos por ali.

e Catia cantou baixinho, a Aquarela

e Catia dançou ao som dos tambores
e , ao som dos aplausos, ela chora e sorri
e logo acreditou na sua boa estrela
e quis que o peixinho estivesse ali...

( ah, não falei do peixinho..)


Numa manhã de abril, depois de uma tempestade Catia encontrou à porta do seu quarto

um pequeno aquário com um peixe amarelo
Catia amou aquilo e chora e sorri
e ela pensou :
porque eu não sou este peixinho amarelo ?!
A partir dali Catia passou a trabalhar depressa
com estivadores, juízes, papais
ela só pensava em retornar ao seu quarto
e conversar longamente com o seu peixinho amarelo.

O que eles conversaram ?!

nunca se soube ao certo..

(...)


Não chore não, Catia

é parte do roteiro
é uma função da arte.

Numa manhã de março, às vésperas de abril

uns sinos dobravam à distancia, no campo de Marte
e isso a Catia ouviu
naquela manhã ela buscou o confessionário.

O que ela confessou ?!

também nunca se soube..

Numa certa manhã alguém bateu á porta e quando Catia abriu

viu que era a sua amiga Cida.
A Cida apareceu
O Sena abraça o aquário
A Cida acena ao peixe
O peixe olha e ri...

***pequeno diálogo.

Cida : adorei o seu peixe amarelo
Catia: meu peixinho amarelo é a minha vida; é o meu amor..
Cida: Tome cuidado minha querida amiga, não se apegue tanto a algo que desliza
isso pode te causar muita dor...
e deslizava suavemente as mãos no rosto da amiga enternecida..

Catia não entendeu, mas estava feliz...naquela noite, após planos de sonhos e conquistas, como dois anjos barrocos, elas dividiram o vinho e o leito até que a voz incandescente do peixinho amarelo as despertou.


Oh, Catia não chores 

pois a manhã já vem

Catia é pertencente à linhagem de fêmeas, que, ao longo dos séculos, não se deixam domar

Catia jamais seria uma mulher de Atenas..
o que ela sempre quis foi se deixar amar.

É tão triste, Catia

é até de dar pena
mas é parte do roteiro
fundamental pra cena.

Na segunda noite

Catia bebeu vinho
Catia ouviu Strauss
Catia comeu pizza.

Ei, Catia, chore não mulher

isso vai borrar tua maquiagem
se está com saudade, se você quiser
posso devolver a tua passagem..

mas aqui é tão lindo, Catia

precisa de ver...

(...)


Numa manhã cinzenta e fria de dezembro

ao chegar ao quarto ela não encontrou 
o peixinho amarelo
nem aquário, nem nada.
Cátia ficou doente e  Hades consultou 
pela primeira vez.
Cátia pôs cartazes nos postes da rua
nos muros do castelo
na porta da igreja
mas ninguém sabia
ninguém tinha visto o peixinho amarelo.
o tempo passou 
a folhinha mostrava meados de abril
e ela buscou a paz, o consolo
nos palcos d'A COVIL

mas nada adiantou...













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