Caminho ao teu lado
sinistro, invisível
a ti aprisionado.
Espero a chave incerta
o atalho inesperado
espero ouvir meu nome.
Teu corpo desnudado
paira na tarde gris
teu templo proibido.
O meu olhar que quis
pousado nos umbrais
perdido, desnorteado.
Ah! mente que conduz
nos seus vastos impérios
tanto desejo e dor.
Oh! corpo andaluz
de sonhos deletérios
faminto de ar e luz.
2
Persisto ao teu lado
num sótão esquecido
o irmão aprisionado.
Espero a chave incerta
o sol na pele insone
espero ouvir meu nome.
Além, num antigo aquário
um corpo solitário
espera por alguém
e a dança cega e surda
moldura a sombra muda
enlaça a mim também.
Reescreva o teu passado
reabra os teus arquivos
abraçe qualquer crença.
Esteja ao meu lado
esquece o tempo. Vive.
Viver é a sentença.
Oz
Janeiro de 2000
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