sábado, 26 de novembro de 2011

visto de uma ventana abierta

Um velho trem se afasta lenta e barulhentamente da estação. Um garoto que veste uma túnica puída acena para uma janela de vidraças quebradas.

Um homem segue vagarosamente por entre os trilhos, coberto de fuligem. seus olhos opacos, suas mãos trêmulas, seus cabelos revoltos.

Aqui e ali, vestígios da implacabilidade do tempo.

Uma mulher canta uma canção de ninar enquanto colhe flores de cravo silvestre na beira de um barranco e as coloca num cesto de palha.
Um cavalo esquelético pasta num cercado de arame e é fustigado por um milhão de moscas zumbinantes.
Um cão derruba latões de lixo à cata de alimentos.
Pétreo é o sentimento quando na lembrança ressurge a figura bêbada do pai.

Oz

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