segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Irmão pequeno




Irmão pequeno
se imaginassem o universo que habita em nós
o tom do silêncio que despe a nossa voz.

Pequeno camaleão sobrevivente
num mundo em preto e branco e sem janelas
que nosso cotidiano seja uma aquarela
com as dores e as alegrias dessa gente.

Ah, irmão pequeno, estamos quase a sós
e não há quem possa ouvir a nossa voz.

Irmão pequeno camaleão
vem, sorri, canta, espera, sente
o sol que aquece a pele e doura o coração.

Irmão pequeno, não vês que é tempo?
tempo de adentrar o continente?

Irmão pequeno dos planaltos áridos
de riso pálido e destino incerto
sombra dançante e olhar deserto
irmão pequeno irmão de abraços cálidos.

Um dia nos encontraremos na encruzilhada
onde estaremos mudos
mais nada.




(...)

Como te aguardamos, meu jovem amigo, no porto com tochas e oferendas, mas a noite, amiga & traiçoeira, urdira outros caminhos para os teus passos, outros quadros para os teus olhos e um cortante pranto para tantos corações em júbilo.

O teu corpo agora jaz na terra fria mas sabemos que o teu espírito permanece nas alturas do universo do ser. Nos perguntamos quais desígnios fizeram surgir tanta desolação onde antes havia antes tanta alegria e luz...

Por onde andavas agora restam o retumbar dos teus passos tranquilos, a lembrança do teu riso contagiante e o exemplo do teu viver intenso e santo...

Oz
Outubro de 2012

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