sábado, 7 de março de 2009

Mais da pesca

MAIS de Caldas. O Salvador é o Lomagno daquela cidade. O cara da eterna dor nos rins.
O Fred é o " tira bom ", apesar do seu 38 e do rifle Winchester 44, ano de 1892. Moço, com mulher e filha pequena.
O retôrno a Goiânia com velhas canções no toca-cds.O garoto W.H lembra o cara de On The Road, do Kerouac, O Dean Moriarty, o cara com chumbo nos sapatos e bondade no coração destampado.
O Durelli, um jovem que parece distante, às vezes, é um espírito cônscio de seu lugar no mundo. Um cara que preza os amigos de uma maneira só sua. Equilíbrio. Razão. Determinação. Alguém que se sairá bem em qualquer ação que se propuser a fazer, pois traz consigo a sina daqueles espíritos indomáveis, que perseguem com tenacidade de fera os seus objetivos. Traz consigo a marca dos vencedores. Orgulho-me de ser seu amigo.


31 de julho. 1997.

Tarde. O Durelli e o W.H aparecem. Um deles parece um pouco chateado. Parece que terminou com a namorada, uma tigresa silenciosa como a corrente de um rio caudaloso...

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E as férias acabaram...

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Um amigo da CEU 3, um jovem intelectual chamado A. Machado, escreveu um texto e o dedicou a mim, inclusive o publicou num pequeno jornal da faculdade. O fato me fez "viajar" em alguns pensares desiguais como por exemplo, sobre a afirmação de que, no universo, a única coisa que permanece é a mudança e, sendo assim, pode-se pressupor uma contínua transformação, ininterrupta, numa existência que este amigo bem nomeou como uma espécie de exílio no pó.
É provável que num determinado momento da nossa trajetória, vistamos um paletó que seja o errado e, talvez, quando o quisermos tirá-lo, ele esteja pregado a nossa pele.
É possível também que nos queriam casados, fúteis, cotidianos e tributáveis e ora assim nos vejo mas pergunto, e daí ?! Queriam-nos também o contrário de tudo isso. É cedo ? É tarde ? Não importa. O TEMPO URGE.
No que toca a mim, houve momentos em que, sem o saber, estava envolto em uma espécie de bruma apocalíptica e aí me refugiava nos movimentos inebriantes e inefáveis de bailarinas azuis e estas eram ninfas que se embebedavam docemente nas fontes dos meus neurônios grises.
Cheguei até a acreditar na minha auto-suficiência, tolo que fui ( e talvez ainda o seja ).
Creio que ainda não encontraram o cajado perfeito para este velho mundo cego e tateante. Um mundo onde me vejo como um pobre habitante das inconstâncias, um andarilho sem estradas, um náufrago. Etiqueta do tênis naquele out-door afixado na esquina de uma vida insípida...
Nas madrugadas, quando insone, me ponho a tossir ( ah, cigarros! ) olho esperançoso a janela onde poderia pousar um pássaro qualquer, ou um ser, ou qualquer coisa mas a janela está fechada e eu estou só... e poderia me dizer : A solução é dançar um tango argentino ( Bandeira é imenso ) e sei que se me chamasse agripino não seria rima nem solução, mas um conhaque continua me deixando comovido como o diabo ( ah, Drummond...)
Sinto que em mim e em tantos, críticos da razão cotidiana e estéril, a insatisfação cedeu lugar à busca do bem-estar; o desejo, antes um cavalo solto na pradaria, tansformou-se num dócil pônei prenhe de compromissos paternais e maritais e sociais e tudo... o tempo, lúdico e perene, agora o simboliza um relógio de ponto. Reféns de tantos e de tudo...

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Algo se rompeu
e por isso digo: " Vão para o diabo sem mim ou deixem-me ir sozinho para o diabo. Para que havemos de ir juntos !? "

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