quarta-feira, 24 de dezembro de 2008


18 de junho de 1997

Dias de angústia, indecisão e silêncio. Um gesto ingênuo e o seu preço incômodo. Um névoa de tédio, desconfiança e medo paira sobre o fim do século.
Livro das ignorãças. Manuel de Barros.
Caprichos e relaxos. Paulo Leminsky.
A teus pés. Ana Cristina César.
" Conforme o viver de um homem, Sileno cala "
De súbito, os súditos silenciaram o verbo.
Norberto Bobbio é um homem. La sapienza o habita.

25 de Junho de 1997

Na sala do meu eu a luz está apagada.
Minha razão, uma página carcomida por fungos.
Circulo na penumbra que me habita.

30 de Junho de 1997

Sábato. Trovo con Licari in un bar vicino alla sulla casa. Restiamo a bere birra fra le undici; forse mezzanotte. Dopo restiamo insieme.

01 de Julho de 1997

Níver do Sinval. Suoi amici do Coral para ele na CEU III.
Beats. Moriarty. A mente arejada recria o vigor, a força, a fúria de cem mil cavalos selvagens.

02 de Julho de 1997

Terminal Rodoviário. Ligo a L. Leio Cartas a Théo, de Van Gogh. Cartas escritas à maneira de um homem que sente. Que sofre e que infinitamente ama. Rodoviária cheia. Pessoas que vem e vão na sua indiferença perante os que os rodeiam. Televisões despejam as pequenas ( e grandes ) tragédias do dia. Noite em Nova Veneza. A calma paira na pequena cidade goiana.
Preciso abrir uma janela em mim.

05 de Julho de 1997

Umm pequeno buteco no SPL. Milhares de pessoas bebendo e fazendo uma algazarra dos diabos. Torcedores do Goiás e do Vila Nova se digladiando em palavras. Um velho surdo sapateando entre as mesas. A dona do local e sua voz estridente. Gurias que descem a rua e somem na penumbra das centenas de vielas da chamada parte baixa do Setor. Um dia como tantos outros.

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