sexta-feira, 3 de maio de 2013
Pacto com ela
Quero abraçar o verbo que desnude a morte
e caminhar com ele aprendendo a viver
e com ele criar caminhos multiformes
nos primeiros raios o início do ser.
beijar a face da passagem ao desconhecido
soprar nos seus ouvidos segredos de outros sonhos
o voo rasante das gaivotas na pele do oceano
o espocar das bombas nos tímpanos urbanos
conhecer um dia de forma transparente
o encanto de estar em companhia constante
e, a cada olhar, eu possa por instantes
sentir a existência qual fogueira ardente.
Ao copular com a morte acender os sentidos
provar que a mesma é mais que um sol se pondo
senti - la um fruto desnudo
ser devorado pela ânsia de viver
abraçar a morte como se abraça a vida
um novo sincretismo, um novo amanhecer.
Desmitificar a dor da despedida e , nas estações de embarque, no último adeus, deixar cair no solo sementes do seu riso.
Oz
31.01.1991
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